segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ao passo do compasso do coração.



Os dias caminham com uma certa morosidade .
Ao passo do compasso do meu coração.
Compasso lento, passos comedidos.
Após todos os descompassos e precipitações.
Da dor que perpassa. 
E insiste em ficar.
Só caminhando a passos lentos para não se perder do pouco que resta.
No compasso lento, o retomar dos dias.
No compasso das horas, horas vividas totalmente. 
Em pequenos passos caminhos começam a nascer.
No compasso lento do coração, 
ao som de um bolero triste qualquer
nasce um novo som,
nasce possibilidades.
No compasso lento e calmo ,
para não parar, volto a me encontrar. 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Gestos que movem nossa vida.



Provo varias vezes na inutilidade das palavras.
Provo varias vezes do impacto dos gestos.
Há momentos que não cabem em palavras. 
Há momentos em que é impossível seguir sozinho.
Tem pessoas que são como pontes no decorrer da nossa vida. As pontes são construídas para interligar  pontos de difícil acesso, para transpor obstáculos. 
E não são poucas as vezes que é exatamente isso que alguém é para nos. Não são raras as vezes que necessito da mão de alguém para transpor os obstáculos que surgem no meu caminho.
Não são poucas as vezes que vejo, em gestos simples, a possibilidade de ser ponte na vida de alguém.
E tudo isso faz a vida valer a pena. Faz percorrer espaços que não conseguiria ver só.
Faz enxergar caminhos , que a dor e o medo ocultam dos nossos olhos.
È sobre isso que queria falar hoje. Sobre a sensação que provo nesses dias. Da sensação de que, mesmo vacilando ,há mãos que me sustentam e  me fazem caminhar. Há pessoas que não permitem que eu permaneça parada lamentando pelo que eu não consigo percorrer, mas com gestos concretos ,me ajudam a transpor esses trechos de difícil acesso.
E é essa a mágica que se esconde na vida.  A certeza de que a nossa vida move outras vidas. Esse é tesouro que o companheirismo nos trás, a certeza de que não estamos sós. E isso é lindo. 


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Caio Fernando Abreu




E ontem, eu desisti.
Desisti de tudo que eu mais queria,
daquilo que eu mais desejava.
O coração palpitava de vontade, mas eu
resisti e desisti. E desistirei sempre
for que necessário, sempre que eu estiver
perto do fundo do poço. Depois do não,
depois do ‘fim’, desejei que Deus me dê forças
e fé, muita fé para continuar.
Depois de pedir muito para Deus ‘alguém’, agora eu
peço ao contrário.
Porque não vale à pena, não compensa.
Porque tem pessoas que não valem à pena"

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Das cartas que eu não mando.



 Olha,eu sei que isso tudo deve ser realmente estranho, afinal há tempos não te escrevo.
Acredito que as razões você desconheça. 
Talvez assim seja melhor. 
Então creio que seja desnecessário perguntas tolas e afins,correto?
Faz tempo não? A vida escorre pelos dedos de uma forma tão rápida que não conseguimos acompanhar. Gostaria que você soubesse que sinto muito sua falta.e de tantas outras coisas que não cabem em palavras, no contexto, ou algo parecido.
E te dizer, talvez pela primeira vez, tudo o que ficou aqui, envolto nessas paredes, desde aquele dia. Desde aquela chuvosa terça-feira. 
Sabe, sempre olhei para você como uma real possibilidade de ser feliz. De construir uma historia feliz. Sempre olhei com umas perspectiva nova, como se olhasse para uma pagina em branco e mal conseguisse me conter , de tamanha vontade de riscar umas linhas nessa historia.
Mas com você não foi assim. Você me olhava com um olhar antigo. Como uma historia já contada. Um conto grifado no auge da emoção. Tudo antigo. Olhos de passado sabe?  O nosso presente não passava de uma release de um outra história.
Historias assim são fadadas ao fracasso sabe? Acredito que a razão de vários laços virarem nós e se perderem no tempo ,vem da nossa  incapacidade de olhar para o outro com um olhar novo. De dar ao outro a oportunidade de escrever uma historia diferente. De permitir viver situações similares em novas versões.
E foi assim. Começamos ,mas  rumo ao fim.
Não há culpados,afinal quem pode determinar o que é certo ou errado no modo de agir no nosso coração.
Quem pode culpar um coração de querer ir devagar , depois de tanto ser enganado?
Quem pode nos culpar pelos nossos temores? Por todos os medos?
Ninguém.
Mas sinto dizer que nunca teremos essa garantia de atravessar a vida sem dores, decepções e frustrações. 
E que a vida é breve, e sabotar qualquer chance de ser feliz é insano. 
Lembre-se disso.
Para finalizar ,só queria te dizer que seria linda a nossa história. Talvez em um outro tempo, em outras circunstancias dê certo um dia. E trago no coração somente sentimentos bons e esse é meu desejo para a sua vida , toda sorte de bençãos.Desejo que seu coração supere essa visão antiga, regada a dores. Desejo que as feridas deixem de doer tanto assim. Desejo que você ame e seja feliz. E desejo que você vire a página e comece a escrever uma nova história para sua vida com os olhos abertos a tudo que a vida pode oferecer. 



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sobre coragem.





Há dias em que viver se torna um ato de coragem.
Há dias em que a rotina nos atinge com tamanha intensidade que parece ser impossível suportar.
Dias que só com uma certa fé e muita determinação se atravessa, sem se deixar abater, sem se deixar conduzir pelo pessimismo envolto em cada olhar.
Tem dias assim que não se consegue fugir, omitir ,ou ignorar certas coisas.  
Dias que nascem em tons de cinza. Com uma certa morosidade no ar. 
Dias em que tudo nos parece confuso, tenso e sombrio.
E é  preciso coragem! Muita coragem.
Coragem para mudar o rumo das horas. Coragem para se confrontar. Coragem para pedir abrigo. Coragem para admitir que nem tudo pode dar certo o tempo todo. 
Coragem para ir além dos próprios limites. Para ir além daquilo que se espera.Coragem para enfrentar sua limitações. Coragem para ser o que é. E isso não é pra qualquer um.